sábado, 24 de dezembro de 2011

O FOGO DA LIBERDADE



Se não querem que eu ande,
Não tentem apagar do chão as marcas
Dos meus passos,
Nem mesmo queiram conter-me ou amarrar-me,
Mas me cortem logo as pernas de uma vez.

Se não querem que eu fale
Não me queiram limitar as palavras,
Nem mesmo tapar-me a boca,
Mas arranquem-me logo a língua de uma vez.

Se não querem que eu ouça,
Nem me venham falar de falsas verdades,
Nem mesmo tentem me tapar os ouvidos,
Mas furem-me logo os tímpanos de uma vez.

Se não querem que eu veja,
Não tentem pintar colorido o que eu sei ser negro,
Nem mesmo venham vendar-me os olhos,
Mas arranquem-me logo as retinas de uma vez.

E se ainda na querem que a minha mente pense,
Não me venham tentar fazer-me a cabeça,
Então me extirpem logo o cérebro de uma vez,
Pois só assim conseguirão apagar as chamas
Que dentro de mim prenunciam o imenso clarão
Do Fogo da Liberdade.



Jorge Carvalho

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